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Livro: "O Filho de Mil Homens", Valter Hugo Mãe

  • silviamhac6
  • 19 de set.
  • 1 min de leitura

"Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz. O pescador pensou."


Me rendi à poética superlativa do autor, iniciando por esse romance que fala sobre estar junto e ceder sem restrições a afetos e à aceitação. Confesso que, não acostumada com o estilo de Valter Hugo Mãe, inicialmente, me irritou um pouco esse bombardeio poético em que cada palavra está a serviço de um olhar subjetivo. Mas fui me deixando levar pela narrativa (que não tem apelações emocionais!), e aos poucos estava envolvida.


É o percurso de uma vila litorânea que, feita de pessoas imersas nas suas solidões e apegos a uma moral apartadora, recrimina formas de ser. Até que o pescador Crisóstomo resolve ser pai, mesmo sem ter uma mulher. Assim, adota o “rapaz pequeno” Camilo, filho de uma anã que era cuidada pela vila e que morreu no parto do menino – “filho de quinze homens”, no caso, todos os maridos das mulheres que apiedavam-se da pequena e frágil e era “digna apenas quando permanecesse cabisbaixa e gemendo, subserviente à generosidade social, sem amor, apenas piedade”.


Paralelamente, Isaura, enganada por um amor na adolescência, e que passa a vida “carregada de ausências e silêncios”, acaba se casando por conveniência e pressão das mães com Antonino, “um homem maricas”, que sofre os preconceitos da vila sendo tratado como desprezível.


A partir daí, as fragilidades se tornam as pérolas dos personagens. Por encanto do olhar sensível de Crisóstomo, descobrem uma felicidade coletiva feita das singularidades.



MÃE, Valter Hugo. O Filho de Mil Homens. São Paulo: Biblioteca Azul, 2016.


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